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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Declaração de Salamanca


Para enquadramento do tema:

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

A Declaração de Salamanca foi produzida no âmbito da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que decorreu naquela cidade entre 7 e 10 de junho de 1994, representando a vontade dos representantes de 92 países e 25 organizações internacionais, com o intuito de dar seguimento aos objetivos emanados da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, que se realizou na Tailândia em 1990.

A Declaração de Salamanca defende dois princípios fundamentais. Por um lado, o direito à educação, proclamado na Declaração dos Direitos Humanos e ratificado na Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Neste contexto, a Declaração de Salamanca defende também o direito à diferença, como uma ilação óbvia decorrente das declarações citadas. Neste sentido, o direito à igualdade de oportunidades, é operacionalizado através de:

·         Ensino individualizado
·         Adequação dos métodos pedagógicos e currículos
·         Adequação dos recursos humanos e materiais
·         Adequação dos espaços educativos
·         Precocidade da intervenção
·         Participação das famílias
·         Intervenção ecológica, aproveitando os recursos disponíveis no meio envolvente
·         Colaboração de diferentes profissionais

É realçado o direito da pessoa portadora de deficiência ter o direito de manifestar a sua vontade quanto à sua educação - ou desse direito pertencer aos pais, consoante o caso - e o princípio de que as crianças devem aprender juntas, independentemente das suas dificuldades e diferenças, numa escola efetivamente inclusiva, que adote uma pedagogia centralizada na criança, promovendo uma sociedade com princípios de solidariedade e de respeito pela diferença. As escolas especiais – que atenderão os alunos aos quais a escola normal não possa responder de forma adequada às suas necessidades - deverão constituir uma exceção que se deve, sempre que possível, articular com a escola normal, devendo os profissionais das escolas especiais contribuir para a determinação dos conteúdos e métodos dos programas destinados aos alunos com necessidades educativas especiais.

No espírito da Declaração Mundial sobre Educação para Todos, a Declaração de Salamanca defende que a escola inclusiva deve “… acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem na rua e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados.”*.

O enquadramento da acção recomenda como áreas prioritárias, entre outras, a participação da comunidade através da intervenção das autoridades locais que deverão incentivar á participação das organizações, associações, clubes, movimentos, etc.  “… tanto nos programas escolares, como extra-escolares.”*, assim como ao apoio de todos os cidadãos. Também “As organizações de pessoas com deficiência – isto é, as organizações em que as ditas pessoas influem de forma decisiva - devem ser convidadas para participar ativamente na determinação das necessidades, na formulação de opiniões e prioridades, na avaliação dos serviços e na promoção da mudança.”*.

Outra área prioritária de intervenção deverá ser a colaboração dos pais, que deverá ser fomentada pelos governos através da produção de legislação que lhes conceda direitos de participação na tomada de decisões. Os pais devem poder manter relações próximas com as autoridades escolares e os professores e beneficiar de formação que lhes permita tomar decisões informadas e obter competências para lidar da melhor forma com as diferenças dos filhos.

A educação precoce é uma questão fundamental para o sucesso das crianças e jovens com necessidades educativas especiais. A detecção, diagnóstico e intervenção em idades mais jovens impedirão o agravamento das condições incapacitantes, revertendo-se em benefícios para o próprio e para toda a sociedade, pois potenciarão uma integração o mais antecipada possível representando uma enorme fonte de motivação e satisfação, criando cidadãos mais felizes, mais solidários e mais participativos, nomeadamente na definição de políticas que os venham a afetar, a si e a outros, no futuro. Por outro lado, isso reverter-se-á também numa redução de custos sociais e económicos, pois o contributo de cidadãos ativos é sempre uma mais-valia para toda a sociedade.

Portanto, as palavras-chave para a intervenção deverão ser sempre: futuro com autonomia.

* Ver Referências

Referências:
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA E LINHA DE AÇÃO SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS – disponível em: http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CCcQFjAB&url=http%3A%2F%2Fcape.edunet.sp.gov.br%2Ftextos%2Fdeclaracoes%2F3Declacao_Salamanca.doc&ei=Ay-iUIzJE9GQhQeN6oDQBw&usg=AFQjCNENPgGJTY4FxKgRlYTztk9XaLLBhQ&sig2=G56tw-Wj0F_QMHpFFtLu0Q

Outra paixão

Porque a Educação Especial é uma paixão antiga que tem estado em banho-maria e à qual só agora pude regressar, decidi usar este blogue para articular estes dois interesses que se podem perfeitamente complementar e é mesmo essa a minha intenção. E como podem ver, não sou só eu que acho:


Alguém interessado?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

BIBLIOGRAFIA ANOTADA: PEDAGOGIA DO E-LEARNING E PAPEL DO PROFESSOR ONLINE

Stephenson, J. (2001). Learner Managed Learning: an emerging pedagogy for online learning? Artigo para a conferência da BECTA, Novembro 2001. Disponível em: http://www.johnstephenson.net/becta.pdf

Descrição: Artigo submetido para a Becta: British Educational Communications and Technology Agency (entretanto extinta em 2011 pelo governo britânico). O autor descreve as potencialidades que a tecnologia oferece ao ensino online para uma prática pedagógica mais centrada na gestão da aprendizagem pelo aprendente. Stephenson faz uma antevisão do futuro do ensino online, baseado nas referidas potencialidades que possibilitarão e potenciarão o surgimento de novos modelos pedagógicos. Assim, alerta para a necessidade do designer instrucional ter em conta o modelo pedagógico para o qual deverá produzir materiais. O autor refere várias vezes com ênfase que o futuro do ensino e da aprendizagem online se centrará numa gestão do aprendente, enquadrada em ambientes de apoio à aprendizagem em que os professores não terão que decidir se responsabilizarão os estudantes pela sua aprendizagem – isso é um dado adquirido - mas sim, quanta responsabilidade delegarão e como fazê-lo.

Avaliação: Sendo o artigo já de 2001, o autor teve uma visão bastante precisa do que viria a acontecer no futuro, uma vez que o futuro referido no texto é já hoje. Segundo o meu ponto de vista, as expectativas expressas por Stephenson corresponderam ao que se verifica na atualidade, talvez até um pouco aquém, pois há onze anos atrás algumas das potencialidades oferecidas hoje pelas TIC seriam até inimagináveis. Embora este artigo acrescente pouco ao atual estado do ensino online, dada a sua antiguidade, é um referencial para percebermos que a evolução deste tipo de ensino, foi como que natural, tão natural que facilmente previsível.



Morgado, L. (2001). O papel do professor online: Problemas e virtualidades. in: Discursos, III Série, nº especial, pp.125-138. Lisboa: Universidade Aberta. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.2/1743

Descrição: A autora começa por fazer uma abordagem generalista sobre Ensino Online, principiando por uma breve introdução sobre Educação à Distância e a dificuldade em estabelecer uma definição de ensino online, dada a variedade de abordagens existentes. É abordada a relação entre tecnologia e pedagogia e a possibilidade que a tecnologia oferece para uma nova abordagem pedagógica que se inscreve na linha construtivista, preconizando a aprendizagem colaborativa como ferramenta para a construção de uma comunidade de aprendizagem, distanciando-se, assim, de outros modelos de educação à distância. A autora apresenta, ainda, segundo outros autores que se debruçaram sobre o tema, três modelos de ensino online, consoante este é centrado no professor, na tecnologia ou no estudante. São também identificados aspetos críticos do ensino online no contexto da Sala de Aula Virtual, que se revelaram comuns a vários cursos online estudados e que versam sobre a dimensão do grupo, o uso do tempo online, a adaptação à assincronia e a construção da comunidade de aprendizagem. Finalmente, a autora refere o papel do professor identificando as suas áreas de intervenção: aspetos pedagógicos, de gestão, sociais e aspetos técnicos. É também apresentada a evolução das funções do professor ao longo do curso online, que passam por cinco estádios ou níveis: Acesso e Motivação, Socialização, Partilha de Informação, Construção do Conhecimento e Desenvolvimento. Por fim, são destacadas as seguintes características essenciais para o professor enquanto facilitador da construção de uma comunidade de aprendizagem: visibilidade, feedback, materiais e permanência.

Avaliação: O artigo é um bom ponto de partida para quem se está a iniciar na temática. Toca em questões basilares e traça linhas gerais do que é ensino online e do perfil do professor. Sendo já de 2001, não incorpora ainda outros estudos, até da mesma autora, e evoluções posteriores, mas não deixa de ser atual, pois apresenta os conceitos base e lança desafios para reflexão, como a questão da relação entre Tecnologia e Pedagogia no ensino online. O título do trabalho indicia uma abordagem mais orientada do que a que se revela: o destaque dado à temática do papel do professor acontece só na parte final, depois de feita a contextualização.


domingo, 11 de novembro de 2012

III Conferência MPEL da UAb



Realizou-se na passada 6ª feira, 9 de novembro, a III Conferência do Mestrado em Pedagogia do E-learning, no Palácio Ceia.
Momento para nos conhecermos pessoalmente, foi também a possibilidade de partilharmos angústias e desejos, de convivermos com os colegas dos anos anteriores e ficarmos ainda mais ansiosos por iniciar esta aventura que nos espera, depois das apresentações dos professores e dos mestrandos. Não sei se foi pior ou melhor, pois aquilo que vimos foi tão avassalador que, ou nos acalmou ou nos pôs em pânico. A mim acho que foi mais a segunda opção... :)

Fica aqui o álbum para recordar:

Fotos da conferência



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Abertura das "hostilidades"

Este blogue destina-se a partilhar, discutir, debater, refletir... sobre a problemática do E-learning. Aqui serão publicados todos os trabalhos produzidos no âmbito do Mestrado em Pedagogia do E-Learning da Universidade Aberta e outras ligações consideradas de interesse.
Espero que ajude a todos quantos nele quiserem participar e contribuir para o nosso crescimento enquanto profissionais da educação.

Embora se encontre ainda em construção, ficam desde já "abertas as hostilidades", para o que der e vier.

Sucesso para todos nós!